1º Trabalho - Memória Descritiva

Esta publicação é uma reprodução do .pdf submetido via Moodle para ser avaliado!

Índice:

Introdução
Inspiração
Metodologia
Conclusão


Introdução

A escolha da música não foi tão linear quanto a escolha da banda. Os Linkin Park são, já desde há muito anos a esta parte, a minha banda de eleição: acompanham-me para todo o lado, seja no Spotify, no rádio do carro ou no telemóvel. Não houve dúvidas que me iria debruçar sobre o trabalho deles para realizar este projeto, mas a dúvida instaurou-se sobre que tema escolher dentro do seu vasto reportório.

Vi-me forçado a criar vários critérios na minha cabeça para me ajudar a decidir: ora poderia pegar numa música mais antiga (e talvez mais facilmente reconhecida) ou optar por um tema mais recente e, consequentemente mais calmo. Mas o critério que acabou por ganhar foi o que mais impacto teve em toda a carreira da banda: a recente tragédia da morte do vocalista Chester Bennington. Assim que cheguei aqui, a escolha da música foi instantânea: a “One More Light” foi, desde o primeiro momento, a música que os fãs quiseram associar à partida do artista.

Originalmente, o tema foi escrito para ser dedicado a uma companheira da banda, que fazia parte da equipa técnica e, por conseguinte, acompanhava-os para todo o lado. Ela acabou por perder uma longa batalha contra o cancro e a música (que depois originou todo um álbum) foi criada com esse sentido de dedicatória. Mas a música rapidamente ganhou uma nova dimensão quando, em Maio de 2017, Chris Cornell, vocalista dos Soundgarden, pôs termo à sua vida. Chester, amigo pessoal de Chris, chorou a morte do amigo e dedicou “One More Light” à sua partida. Quando em Julho de 2017, Bennington cometeu suicídio nos mesmos moldes que o seu amigo, toda a gente, inevitavelmente, associaram as mortes e, por conseguinte, as dedicatórias.

Tendo em conta a história envolvente da música, a capa e a arte do CD seguiram essa mesma linha de raciocínio, indo também inspirar-se à melodia e à letra para compor as imagens apresentadas.

Inspiração


A música e o videoclip serviram de grande fonte de inspiração para este trabalho. O conceito base foi conseguido graças ao escutar da música e duma análise da letra.

Começando na capa, o céu estrelado que serve de fundo surgiu da própria letra da música. O refrão começa com “Who cares if one more light goes out/In a sky of a million stars?” e serviu de mote para a utilização da imagem de um céu estrelado. O tom calmo e pacifico da música, que é uma versão acústica em que a guitarra é soberana, aliado ao facto de a música ser utilizada como memorial, justifica a utilização de tons mais escuros.

A utilização das estrelas para fazer o nome da música aparecer, bem como o logotipo da banda, foi inspirada por uma imagem que observamos durante uma aula de Design e Comunicação Visual, na qual se podia ver a palavra “Meteor Shower” escrita com recurso a partículas. Por se adequar ao contexto, pensei ser interessante replicar o efeito no trabalho. Já que este efeito dá uso à Gestalt (mais concretamente à Proximidade), tornou a utilização desta técnica ainda mais apropriada.

Imagem vista na aula que serviu de inspiração
Por fim, a vela acesa serviu para tornar mais clara a ideia de velar que a música tem associada. Para evitar que este elemento se fosse sentir solto, e para dar, mais uma vez, uso à Gestalt, decidi que o melhor seria colocar a vela acesa no lugar da letra “I” de “Light”.

No que à bolacha diz respeito, optei por fazer eu mesmo, uma dedicatória ao vocalista da banda. Decidi procurar uma fotografia do artista a cantar e vetorizar a imagem, para lhe dar um aspeto diferente. Ponderei apenas colocar a imagem a preto-e-branco, mas a forma como a imagem foi vetorizada pelo Illustrator, cingindo-a a apenas 6 cores, já lhe tirava algum do brilho e vivacidade do original, servindo o propósito pretendido.

O fundo foi feito através de várias imagens gradientes, num tom escuro, para tentar manter a coerência dos critérios usados na capa. Foi feita uma tentativa usando a mesma imagem do céu, mas desta vez esbatida, mas o resultado final não ficava o melhor. Foi aí que surgiu a ideia de simular, através do Photoshop, o efeito Bokeh, numa tentativa de passar a imagem que o artista estaria rodeado de pessoas, como num concerto. Uma fotografia do artista, partilhada pela banda aquando da sua morte, serviu de inspiração para este efeito.

Foto que serviu de inspiração para o CD

Metodologia

Para a criação da capa do single, começamos por criar um novo ficheiro no Adobe Photoshop, com as dimensões indicadas, neste caso, um quadrado com 12cm de comprimento.

Criação de novo ficheiro no Adobe Photoshop
Depois da criação do novo ficheiro, fui à procura de imagens que pudessem servir para o fundo da capa. Utilizando o Google Images, procurei por “Starry Sky” até encontrar uma imagem que se enquadrasse no que tinha em mente. Depois da encontrar, guardei-a no computador e coloquei-a no Photoshop, indo ao menu File -> Place Embedded… e selecionando a imagem gravada.

"Place" da imagem gravada para o Photoshop
Chegou então a vez de fazer o texto que iria estar a imagem, sendo que esta foi a parte mais complexa de reproduzir. Primeiro, criei uma nova layer onde escrevi “One More Light” e dispus o texto da forma que achei mais conveniente. Esta camada iria servir de guia para o efeito. Com a camada selecionada, fui ao menu Layer -> Rasterize -> Type, para poder trabalhar com a camada como uma imagem e não como um texto, e cliequei em Ctrl+Clique na thumbnail da camada na palete. Depois, fui até à palete de Caminhos (Paths) junto à palete das Camadas e selecionei a opção “Make Work Path from the Selection” e gravei o caminho criado. Isto permitiu que este caminho, criado a partir dos contornos das letras, fosse usado para criar o efeito das estrelas ao longo desse limite. A partir daqui a layer das letras deixou de ser precisa, sendo eliminada e criada uma nova camada para aplicar os efeitos.

Selecionando a ferramenta Brush, carregando na tecla F5, surge o menu para editar as características do pincel. Fui modificando as características de forma a conseguir um efeito estrelado e aleatório.

Caminho das letras e opções da ferramenta Brush
Para aplicar o efeito definido na Brush, voltei à palete dos Caminhos e, com o botão do lado direito do rato, fiz abrir o menu e selecionei “Stroke Path…”. Isto fez com que o Photoshop aplicasse as definições do pincel ao longo do Path definido previamente, provocando o efeito pretendido. O “Stroke Path…” foi aplicado 2 vezes com definições ligeiramente diferentes na Brush, para dar efeito mais aleatório e completo às estrelas. Todo este procedimento foi repetido para aplicar o logo da banda.

Para finalizar, foi colocada a imagem do braço a segurar na vela, recorrendo novamente ao Google Images para encontrar uma foto que se enquadrasse no pretendido. Felizmente, a pesquisa foi curta e, tendo a imagem, foi colocada no ficheiro da mesma forma que o fundo havia sido importado. A imagem foi redimensionada para que a vela ficasse com o tamanho certo para o efeito de fazer o “I” de “Light”. Para o efeito da chama, novamente o Google Images foi utilizado e seguiu-se o mesmo trabalho aplicado à vela. Depois do efeito preparado, aplicou-se um Photo Filter na junção das camadas, de forma a poder escurecer a imagem para condizer com o ambiente noturno do conjunto. Foi utilizada uma coloração azul para ir de encontro à palete de corres da imagem de fundo.

Efeito do Photo Filter a ser aplicado à mão com a vela e à chama

Para a bolacha, o mesmo tom de cores mais escuro foi mantido. Para o fundo, as cores básicas da imagem do céu estrelado (usado na capa) foram as escolhidas para se aplicar no gradiente que serve de fundo para a imagem. Usando uma máscara redonda, criada utilizando a Elipse Tool, foi criada a base da bolacha, com a ferramenta de Gradiente.

Recorrendo, pela última vez, ao Google Images, recolheu-se uma fotografia do vocalista Chester Bennington e foi aberta de imediato no Adobe Illustrator. A imagem foi vetorizada recorrendo à ferramenta Image Trace (opção de 6 cores), que foi a que melhor produzia um efeito to tom mais escuro e mantendo a imagem percetível.

Opção de vetorização da imagem a 6 cores
Depois da imagem vetorizada, chegou a altura de ir eliminando os elementos que não interessavam, ou seja, ir eliminando os elementos que compunham a imagem de fundo. Quando já só restavam os elementos que interessavam, gravei a imagem através do menu File -> Export -> Save for Web (Legacy)…, que permite gravar a imagem como um ficheiro .png e assim manter a transparência. Uma vez exportado o ficheiro, foi importado para o Photoshop.

Exportação do ficheiro como imagem .png
Para reproduzir o efeito das luzes do público da fotografia de inspiração (ver imagem acima), foi editada uma Brush no Photoshop para que servisse o propósito. Numa nova layer, esse pincel foi aplicado em diversas linhas “horizontais” paralelas umas às outras, simulando as “linhas” de espetadores que estariam num estádio. O tamanho do pincel foi sendo alterado, tendo um valor mais baixo no topo da bolacha e um tamanho maior na zona mais baixa. Isto permite simular a proximidade dos espetadores, já que os mais afastados seriam os que estavam no topo do estádio, logo o tamanho dos seus flashes seria menor que aqueles que estavam mais perto. Estava assim feita a simulação dos flashes do público.

Exemplo de alterações feitas à Brush do Photoshop para o efeito das luzes
Para concluir o CD, era preciso causar alguma distorção nas luzes criadas. Para isso, utilizei um filtro de distorção, indo ao menu Filter -> Blur -> Gaussian Blur. O efeito das luzes podia ainda beneficiar dum efeito extra, para lhe dar um aspeto semelhante ao efeito Bukeh. Para isso, selecionei a Camada das luzes e escolhi a opção FX no fundo da Palete das Layers e dei um Brilho Interior aos elementos da camada. Estava feita a simulação do efeito Bukeh.

Opções do menu FX da camada de flashes para simular o efeito Bukeh

Conclusão

A capa e o CD receberam a mesma palete de cores, tons escuros para simular a noite. Estes tons escuros foram escolhidos pelo valor de pesar que a música tem. A capa foi produzida de forma mais “neutra”, focando-se fortemente na melodia e na letra da música para servir de inspiração. O céu estrelado é referenciado no início do refrão e, precisamente por isso, tinha de ser o elemento predominante na capa, servindo assim como imagem de fundo. As estrelas acabaram por servir de mote para que o nome da música fosse colocado na capa, usando a Proximidade e a Continuidade da Gestalt no seu máximo potencial. A imagem da vela acesa ajuda a passar a ideia de velar a que a música foi associada. A chama acaba por ter uma segunda conotação, já que a música se centra à volta duma luz que se apaga “Who cares if one more light goes out/ In a sky os a million stars? / It flickers, flickers/ (…) Who care if one more light goes out?/ Well I do”. Esta ideia de uma luz poder ser efémera e frágil é bem representada pela chama que com facilidade pode ser apagada. O logo da banda foi colocando para ajudar a equilibrar a imagem, uma vez que a lua se encontra no canto superior esquerdo. Sem o logo a imagem fica muito desequilibrada, com os elementos primariamente do lado esquerdo, ficando a direita da imagem muito despida. A utilização das estrelas para criar o logo segue a mesma lógica do texto.

O CD foi uma homenagem mais direta ao vocalista Chester Bennington, utilizando a imagem publicada pela banda na altura da sua morte como base. O objetivo aqui era ser mais simplista e não sobrecarregar a imagem com demasiados elementos. Isso originou a escolha do tom gradiente para cor de fundo. A fotografia escolhida foi uma do vocalista a cantar, mas com um ar calmo e pacífico, para ir de encontro à melodia da música. Isto é um contraste da imagem do Chester que sempre foi muito caracterizado pela sua capacidade de gritar. A imagem depois de vetorizada a 6 cores acabou por adotar tons de cor que estavam na palete do gradiente de fundo, evitando que efeitos adicionais tivessem que ser produzidos. O efeito dos flashes foi feito da forma mais simples possível, recorrendo ao efeito Bukeh para enquadrar melhor o efeito à imagem. Utiliza a linha e a perspetiva/dimensão, para dar a ideia de profundidade e de realidade, acabando por dispor estes elementos numa espécie de escala. A imagem acaba por ser uma espécie de memorial ao vocalista da banda.

O círculo é uma forma predominante em toda a composição, sendo utilizado para as estrelas e para as luzes. A irregularidade é outra das características presentes ao longo do trabalho, quer no efeito das estrelas, quer no efeito das luzes. Estes efeitos são conseguidos por uma amalgama de elementos/partículas que criam os efeitos, mas esses elementos estão dispostos de forma aleatória. A cor e o tom estão presentes em praticamente todos os elementos desta composição, predominantemente cores escuras e várias variações de tom (sobretudo tons azulados), sendo essa perceção mais fácil de detetar na bolacha.
1º Trabalho - Memória Descritiva 1º Trabalho - Memória Descritiva Reviewed by Lawliet Shinzo on fevereiro 27, 2018 Rating: 5

Sem comentários:

Com tecnologia do Blogger.